pedra do lar


| fotografia de António Rodrigues |


O meu nome é Maria  e este é o meu blogue de culinária onde vou  publicando as receitas do meu dia à dia. A origem de muitas delas perdi-as no tempo, outras são retiradas de livros de receitas e da internet.  Não sigo a maior parte das vezes a receita original, vou-as adaptando a meu gosto de  forma que se tornam versões culinárias minhas. Também não sou muito rigorosa com as medidas, excepto na doçaria, prefiro o método intuitivo " a olho " aprendido com a minha sogra que é uma  cozinheira de mão cheia. Pratico um tipo de cozinha experimentalista e  sem preconceitos baseada na  nossa dieta mediterrânica.

Utilizo na confecção das refeições ingredientes biológicos, que com a nossa mudança para o campo se tornaram acessíveis. Da nossa horta retiramos alguns produtos, legumes principalmente, outros são comprados aos nossos vizinhos, agricultores de profissão e coração. Sem dúvida que estes produtos emprestam um sabor único à comida.

Quando tive a minha primeira casa o meu relacionamento com a cozinha era desastroso, simplesmente não sabia cozinhar. Habituada aos pratos  saborosos e bem portugueses da minha mãe vi-me de repente na contingência de: ou aprendia o básico ou então a vida iria correr-me muito mal neste campo. E do básico rapidamente fui passando à curiosidade de experimentar novos ingredientes, cores, texturas e sabores. E resultou, hoje posso dizer que gosto de tudo o que está ligado ao ofício da cozinha.

Depois de muito pensarmos encontrámos um nome para este blogue. A escolha recaiu sobre a palavra Pedra do lar, por ser um termo tão português e em vias de extinção.
À falta de uma descrição do significado das palavras Pedra do lar no dicionário e no léxico gastronómico, descrevo aquilo que conheço e vi,  esta é  uma pedra na cozinha sobre a qual se acendia a lareira, onde se cozinhava e em torno da qual se desenvolvia a vida familiar, tanto nas casas humildes como nas mais abastadas.


Cito alguns excertos literários que fazem referência a estas duas palavras. Os textos  retirados da net colocados em baixo, são escassos, pelo que todas as sugestões serão bem-vindas para futuras publicações. Obrigada!


| em construção |


"Quando, no fim de Outubro o andaço amainou, nem uma só casa havia, nestas redondezas, onde a morte não tivesse entrado. Muitas ficaram desertas, de lume apagado na pedra do lar. E por esses campos – nem um pé de milho! Nem um fio de erva com vida!"